quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Notas sobre A Noite do Demônio


0. Visto no Cinema São Luiz, no Recife, no dia 12 de novembro 2015, data em que Jacques Tourneur completaria 111 anos;

1. O filme começa com uma voz-off afirmando que demônios sempre existiram e sempre existirão;

2. A primeira sequência pós-créditos iniciais do filme nos mostra um homem sendo perseguido por um demônio. O demônio é visto em plano aberto, plano-médio e close: para não haver dúvidas de que ele existe mesmo;

3. Em seguida, o protagonista do filme é apresentado: ele se chama John Holden, um psicólogo americano especialista em desmascarar fenômenos paranormais;

4. Ele viaja de avião dos Estados Unidos para a Inglaterra, do novo para o antigo;

5. Ele tenta dormir na poltrona, cobrindo o rosto com um jornal em que há uma foto sua, como se ele não enxergasse nada além dele próprio: ele é o homem das certezas que se torcem sobre si mesmas;

6. Quando a aeromoça lhe oferece um comprimido para dormir, ele diz que prefere não tomar, porque está "tentando parar com eles";

7. Ele e suas idéias são viciadas (seria coincidência ele ser interpretado por Dana Andrews, um alcoólatra?);

8. Sabemos que o demônio do filme é real porque já nos foi mostrado: somos espectadores do percurso que o protagonista leva até se desprender das velhas idéias e convencer-se disso também;

9. Com exceção de Stonehenge e da cena do funeral, em que há na parede um vitral que assemelha-se a uma cruz, não há símbolos religiosos no filme;

10. "Deixai vir a mim as crianças": o Doutor Karswell demonstra alguns dos seus poderes fazendo mágicas para as crianças, as quais servem de contraponto a John Holden, por não serem incrédulas como ele;

11. O momento-chave do filme é quando John Holden afirma: "Eu não sei". O círculo de ceticismo em que sempre caíam seus pensamentos finalmente é rompido;

12.  O filme encerra com John Holden afirmando: "Maybe it's better not to know";

13. Ele prefere ter uma margem de dúvida a ter certeza sobre tudo. As pessoas que têm certeza sobre tudo estão no hospício, dizia Chesterton.

Um comentário:

  1. I walked with a zombie.
    It does seem an odd thing to say.
    Had anyone said that to me a year ago, I'm not at all sure I would
    have known what a Zombie was.
    I might have had some notion -- that they were strange and frightening, and perhaps a little funny.
    But I have walked with a Zombie

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